Por: Laura Beatriz de Paula Pereira
Na última terça-feira (04), a rede anunciou aos seus usuários recursos para evitar posts patrocinados por políticos e campanhas no próprio Facebook e Instagram. Os usuários poderão bloquear anúncios sobre o tema que, inclua os selos “Pago por” ou “Propaganda eleitoral”
Qual o problema social de tudo isso? Alguns. Todos democráticos e que esbarram em questões sobre liberdade de expressão, alienação e oportunismo.
O Facebook é uma grande e vertiginosa rede social, com milhares de usuários, com uma receita bilionária, mas que peca ao tomar essa iniciativa, para que seus usuários tenham acesso às campanhas políticas, tendo em vista que por conta da pandemia, as coisas aconteceram, na sua maior parte, no âmbito digital.
As consequências disso, serão movimentos de autoboicote a política no momento em que a informação se faz mais necessária.
Nessa prática, vemos Mark Zuckerberg defendendo o entretenimento e apoiando a alienação política de seus usuários. O fato é que, a população em sua grande maioria, não gosta de política, mas precisam entender que o poder é deles, são eles que elegem os bons, os maus e os que irão decidir, mesmo em certo grau, aquilo que impacta suas vidas.
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E sem conhecer é impossível escolher com maior segurança. O eleitor precisa de um catálogo com opções, onde ele possa escolher, sim, o que é melhor para sua realidade e do ambiente social em que vive. O Facebook e Instagram seriam os canais ideais para fornecer esse catálogo, mas impõe empecilhos, e como diz Drummond, pedras no meio do caminho.
Por que somos obrigados a vermos anúncios do novo batom da “Boca Rosa”, mas podemos escolher se queremos ou não conhecermos os candidatos a vereança e ao executivo de nosso município? Um tanto contraditório e oportunista. Política não dá audiência? Talvez! Mas, com certeza desperta um raciocínio crítico.
Politica tem que deixar de ser uma coisa misteriosa, mística e complexa, precisa ser disseminada, ensinada, o Facebook com essa prática, reforça questões sobre a complexidade política.
Isso aumenta a descrença que a maior parte da população tem no poder público, onde o detalhe é, essa mesma população descrente, vista muito no filme, “A vertigem da Democracia”, é a mesma que elege tais políticos. Então, por que não deixar a população escolher com sabedoria?
Essa prática, soa como alienante, para que deseducados politicamente continuem assim, leigos e vivendo uma grande quimera de entretenimento e inofensivas práticas mercantis oferecidas pela rede. Afinal, como bem expôs Freud em uma de suas obras: É o principio do prazer, prevalecendo mais uma vez, sobre o princípio da realidade... Infelizmente.
Laura Beatriz de Paula Pereira – Especialista em Marketing Digital, Assessora parlamentar e Redatora.
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