Cada vez mais, a política e as redes sociais estão conectadas e isso se deve ao fato de caminharmos para uma integração de vida on com a off-line, ou seja, as pessoas hoje veem o digital como extensão de suas vidas, estando uma coisa completamente ligada a outra.
Isso também gerou um impacto da atuação do cidadão em relação a sua participação na política, seja com busca de informações, questionamentos e opiniões.
Todo mundo hoje é um veículo de mídia.
Mas o que está em jogo agora, não é somente a ampliação da comunicação e das narrativas políticas no mundo digital, mas também a reflexão de que caminho seguiremos nos próximos anos.
É fato, que enquanto comunicação e marketing político no Brasil, tivemos um divisor de águas em 2018, com o bolsonarismo usando as redes sociais e canais como WhatsApp para propagar suas ideias e aumentar o alcance das suas mensagens.
O objetivo permanece, o que ocorre no entanto, é que as formas de se fazer essa comunicação mudou e muito se deve ao aumento da produção de conteúdo na internet. Daqui pra frente o que veremos é ainda mais conteúdo disputando a atenção das pessoas.
O desafio daqui pra frente é entender que o foco está no interesse das pessoas e não somente na atenção.
Dados do estatista 2022, mostram que até 2025, teremos quase dobrado o volume de conteúdo que temos hoje na internet.
Todo esse volume de conteúdo levanta o alerta de excesso de informação, mas também mostra o quanto será importante focar no que as pessoas realmente se interessam.
As plataformas já apontam para isso, basta você olhar para o Youtube que possibilita que um vídeo seja dividido em partes, para que o usuário vá direto ao que te interessa.
O que acredito é que a comunicação e o marketing político, caminham para uma era de comunicação rápida e de interesse como prioridade e não atenção como é hoje.
A mudança parece sutil mas é um divisor de águas para quem entende o quão significativa é essa mudança.
O excesso de informação, exigirá que perfis políticos sejam mais certeiros no que pretendem passar.
Isso forçará cada vez mais perfis políticos, a buscar conhecer o seu público e pessoas que se interessem pela mensagem para categorizar seus conteúdos com base em interesse da pessoas, ou seja, o grande desafio estará em comunicar de forma rápida, direta e que priorize o interesse das pessoas e não somente em chamar a atenção, aliando isso ao que precisa ser comunicado para fortalecer a imagem a autoridade e a influência do político.
Todo mundo já entendeu que precisa chamar a atenção. Logo, se tudo mundo quer chamar atenção, ninguém é o centro das atenções.
Outro ponto que não deve ser esquecido é que estamos caminhando para um conteúdo de informação cada vez mais rápida também em vídeos, por isso os discursos devem ser cada vez mais curtos e trazendo o que importa logo de cara.
O palanque virtual, está perdendo espaço para as pílulas de conteúdo.
Ninguém tem mais tempo para dedicar minutos da sua atenção para quem não conhece, falando algo que não a interessa, ainda mais com tantos outros conteúdos mais atrativos para o que realmente importa para essa pessoa.
É essa mudança de jogo que será preciso entender cada vez mais. E saber jogar o jogo é o que diferencia quem tem resultado, daqueles que não tem.
Mais um caminho que se tem apontado para o futuro é o contato direto com as pessoas via mensagens.
As otimizações de direct do Instagram mostram isso, as atualizações do WhatsApp e Telegram também.
Logo considerar a criação de uma estratégia de contato direto para promover interação individual aumentando o contato também deve ser considerada, o que reforça também o quão oportuno é a mudança do discurso do "todos vocês" para "estou falando com você".
E claro, não podemos deixar de falar em algo que você já sabe que é o aumento tanto da produção de conteúdo, quanto da atuação digital pois, a era da presença digital já se estabeleceu e todos de certa forma já tem uma presença no mundo online, e o caminho agora é o de atuação pois, de nada adianta estar presente se você não é atuante.
A conclusão que chegamos é que o futuro da comunicação política nas redes sociais, caminha para um encurtamento de discurso, mensagens que focam no interesse do cidadão e não somente em chamar a atenção, maior proximidade no sentido de contato direto, conferindo maior pessoalidade e aumento na produção de conteúdo com foco em alcance e qualificação de público.
O desafio se tornará cada vez maior, mas como disse anteriormente, é preciso saber jogar o jogo do digital e saber quais serão as próximas jogadas e assim se colocar como uma peça relevante no tabuleiro político.
Um abraço e até breve!
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